segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Noite das Letras

Recebi gracioso convite para ministrar palestra na Noite das Letras na VIII Semana Acadêmica Integrada das Licenciaturas da URI - Campus Santiago. O tema da palestra será fundamentado em minha dissertação de mestrado: Imagens literárias e retórica da nação inconclusa. O evento será amanhã, terça-feira, 30, às 19h10min. Prédio 9, sala do CLIN.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Crer e Pensar por John Stott


Assim, pois, a fé e o pensamento caminham juntos, e é impossível crer sem pensar. CRER É TAMBÉM PENSAR!
O Dr. Lloyd-Jones deu-nos um excelente exemplo neotestamentario desta verdade no comentário que fez de Mateus 6:30 em seus Studies in the Sermon on the Mount (Estudos sobre o Sermão da Montanha): “Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé”? 
A fé, de acordo com o ensinamento do nosso Senhor neste parágrafo, é basicamente o ato de pensar, e todo o problema de quem tem uma fé pequena é não pensar. A pessoa permite que as circunstâncias lhe oprimam... temos de dedicar mais tempo ao estudo das lições de nosso Senhor sobre a observação e dedução. A Bíblia está repleta de lógica, e seja algo meramente místico. Nós não nos sentamos simplesmente numa poltrona, permanecendo à espera de que coisas maravilhosas nos aconteçam. Isso não é fé cristã. A fé cristã é, em sua essência, o ato de pensar. Olhem para os pássaros, pensem neles, e façam suas deduções. 
Vejam os campos, vejam os lírios silvestres, considerem essas coisas... 
A fé , se quiserem, pode ser definida assim: É insistir em pensar quando tudo parece estar determinado a nos oprimir e a nos pôr por terra, intelectualmente falando. O problema com as pessoas de pequena fé é que elas , ao invés de controlarem seus próprios pensamentos, os seus pensamentos é que são controlados por alguma circunstância e, como se diz, elas passam a rodar em círculos. Isso é a essência da preocupação...Isso não é pensamento; isso é ausência completa de pensamento, é não pensar. 
Antes de deixar este assunto, que trata do que compete à mente na fé cristã, gostaria tão somente de abordar as duas ordenanças do Evangelho: o batismo e a ceia do Senhor. Pois ambas são símbolos cheios de significado, destinados a trazer bênçãos aos cristãos, despertando-lhes a fé nas verdades que simbolizam. Consideremos a ceia do Senhor, por exemplo. Em seu aspecto mais simples, é uma visível dramatização da morte do Salvador pelos pecadores. É uma recordação racional daquele evento. Nossas mentes têm que trabalhar em torno do seu significado e apropriar-se da certeza que nos oferece. O próprio Cristo fala-nos através do pão e do vinho. “Morri por vós”, diz ele, e ao recebermos sua palavra, ela deve trazer a paz a nossos corações culposos. 
Desta forma, Thomas Cranmer escreveu que a ceia do Senhor “foi ordenada com este propósito, que toda pessoa dela participando, no comer e no beber, se lembre de que Cristo morreu a seu favor, e exercite sua fé, confortando-se na lembrança dos benefícios que Cristo lhe propiciou”. 
A segurança cristã é a “plena certeza da fé”. E se a certeza de corre da fé, a fé decorre do conhecimento , do seguro conhecimento de Cristo e do Evangelho. Como o expressou o bispo J.C. Ryle: “Uma grande parte de nossas dúvidas e de nossos temores provém de sombrias percepções do que seja a real natureza do Evangelho de Cristo... a raiz de uma religião feliz é um claro , preciso e bem definido conhecimento de Jesus Cristo”.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A Oportunidade da Legalidade



É verdade, lembro-me da primeira vez que apresentaram-me o Linux, interface azulada simples, sem travamentos, ocupando pequeno espaço e memória do computador, como sistema operacional melhor mesmo que o Windows. Todavia, dois grandes problemas: programas equivalentes aos programas da interface Windows e a instalação de softwares de drives de hardware. Era preciso saber programar.

Sem opções continuamos a utilizar o Windows com um grande problema, a ilegalidade. Ilegalidade muitas vezes forçada, pois além do preço do pacote MS Windows e MS Office custar quase o preço de um computador, com a propagação tecnológica e digital, todos se viram obrigados a usar o computador ou ficariam para trás. Lembro-me que na universidade alunos das zonas pobres da capital eram obrigados a terem um computador para poderem entregar seus trabalhos científicos digitados. Ninguém consegue ter uma intimidade adequada com esta máquina se não possuí-la em domicílio. A ilegalidade tornou-se uma obrigatoriedade.

Todavia, o tempo passou, o Linux avançou e hoje está tão bom como nunca, reconhece hardwares, instala softwares com o mouse, tudo se resolve. Melhor ainda, o Linux é grátis, e a versão Ubuntu está uma maravilha. Tão bom quanto o Windows, creio que até melhor, principalmente para quem tem computador com pouca potência. Os aplicativos também são muito bons. O BrOffice, ou OpenOffice, faz as mesmas funções do Office da Microsoft, pode não ter o mesmo visual. Há até coisas melhores, como a experiência de digitação, o Open Write (Br Write) equivalente do Word, sugere pela autocorreção as palavras de seu texto, inexistente no tão pesado Word.

Agora é preciso escolher, se tentaremos a mudança ou permanceremos na ilegalidade, ou ainda investir dinheiro na compra de um sistema operacional e de programas de escritório. Há um outro detalhe, todas as intituições públicas estão adotando o Linux (Ubuntu) e seus aplicativos. Muitos concursos estão pedindo conhecimento desta plataforma. Muitas empresas também. Desconhecer o Linux (Ubuntu) hoje é tão danoso quanto não saber manusear o Windows.

Aos pastores e lideranças que precisam dar o exemplo, não é mais desculpável ter um software sem licença. As instituições religiosas também, como as igrejas e seminários. Lembrem-se o Ubuntu é grátis, o capital pessoal ou da instituição a ser investido na Microsoft pode ser investido em outras áreas. Entendo que toda mudança é problemática, sempre é mais difícil desaprender do que aprender. Abandonar o Windows pelo Linux, não parece uma boa ideia, a princípio. Teme-se a mudança.

Alguns passos podem ser tomados, o ideal é que se faça uma agenda de mudança, sugerida pelos seguintes passos:
  1. Instale o BrOffice (Open Office) no seu Windows e passe a usá-lo como aplicativo oficial de escritório, usando os da Microsoft somente para aquilo que você não conseguir fazer inicialmente.
  2. Instale o Linux (Ubuntu) a partir do Windows e tenha os dois sistemas no mesmo computador e passe a usar mais o Linux.
  3. Encontre os programas equivalentes – no site do Linux tem uma lista.
  4. A seguir, instale programas do Windows no aplicativo Wine do Linux caso você não encontre equivalentes, este aplicativo faz rodar no Ubuntu (Linux) aplicativos do Windows.
  5. Deixe os programas da Microsoft definitivamente e todos aqueles que precisa pagar, livre-se do craqueamento e seja feliz. Você estará legal.

Neste momento em que faço esta postagem, faço-a a partir do Ubuntu Linux, tendo escrito antes no Writer e copiado para cá.

Links para baixar:


http://www.broffice.org

http://www.ubuntu-br.org







quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Romantismo e Cristianismo

O Romantismo cultivou obsessivamente a busca pelo Absoluto e seu correspondente desejo de unidade, numa verdadeira embriaguez, num afã de integridade e totalidade. Machado evidencia em Helena esse desejo de alcançar, pela arte, uma espécie de sentimento oceânico na dissolução do eu, só possível na natureza ou nas águas profundas da religião. Daí a natureza dessa coesão mágica, como uma unidade sublime que fazendo a personagem desempenhar essa função do Romantismo.
Isso posto, Helena é um romance de concepção mais descosida do que a nossa análise faz supor, e do que a nossa análise faz supor, e do que o enredo bem amarrado deixa ver à primeira leitura. Com maestria consumada e posição indefinida Machado circulava entre a intriga ultra-romântica, a análise social, a psicologia profunda, a edificação cristã e a repetição da mais triste fraseologia (p. ex. Helena levanta os olhos ao céu, para agradecer a intervenção favorável ao moleque Vicente, e em seguida se explica: “Orei a Deus (...) porque infundiu aí no corpo vil do escravo tão nobre espírito de dedicação”). (SCHWARZ, 1992, 104-105)
Nesse testemunho, a imanência de Deus – e o Romantismo é essencialmente cristão – Machado apresenta a obra divina isenta da mácula humana. O escravo era um problema social e não de Deus. Isto porque a natureza constituía-se em um espetáculo para o homem edificando-o por meio da criação que se mostrava edificante pelos bosques, florestas, vento, rios, murmúrios, sombras e luzes, experimentados pela personagem em seus passeios a cavalo e visitas com o pajem. Mas, esta mesma natureza era a fonte de uma luta contínua de forças opostas, uma vez que é a expressão de tudo que é exterior ao sujeito. Há um prévio circuito de comunicação entre o interior e o exterior, o homem e o mundo, a natureza das coisas e a natureza humana, fundamentando uma espécie de achatamento do sujeito, encaixando em uma natureza cuja ordem e regularidade prolongam-se na ordem e regularidade das retóricas (NUNES, 2002, p. 57).

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Homo definiri nequit - o ser humano não pode ser definido


A reflexão a seguir visa orientação, resiste à tentação de resumir a complexidade do ser em formas simplistas. Seria o ser humano nada mais que um ponto de interrogação? O ser humano precisa ser definido, ainda que de forma imperfeita, provisória, aproximativa. As pessoas não deixam de perguntar por origem, futuro e valor. Querem saber a verdade sobre si próprias. Sonham com um mundo mais humano. A sociedade também tem esse desejo, por isso define-lhe em seus direitos e deveres. Toda ela emana de determinada conceituação do indivíduo e é transparente para com o mesmo. Em todo relacionamento humano está implícito uma antropologia. A nossa convivência, portanto, não pode deixar a definição do que somos ao acaso ou ao arbítrio das pessoas. Juntos podemos tentar salvar as pessoas dessa degradação que impõem sobre si mesmas, agredindo a própria vida. Essa ameaça diante do mundo tecnizado, globalizado, exige a cooperação de todos; na solidariedade da raça. É a identidade do ser humano que está em mira. Só poderemos ser livres sob a perspectiva do resgate da criação, que somos seres à imagem do Criador. E, nesta perpectiva, só poderemos alcançar a liberdade se nos conformarmos a imagem de Seu Filho, Jesus, o de Nazaré.
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