quinta-feira, 23 de março de 2006

SOZINHOS AQUI



Definitivamente, estamos sozinhos no Cosmos

E assim como ele é, há um universo paralelo dentro de nós

Cheio de planetas, estrelas, galáxias e buracos negros

Prontos para sugarem a alma e a eternidade do espírito

Por mais que tentemos interagir, comunicar, relacionar

Um abismo de energia inerte se estabelece em nosso éter

Estamos, definitivamente, sozinhos no Universo

E esta dor que sentimos de estar sozinhos, mesmo estando perto

Não pode aplacar a necessidade da alma que reluta para viver em meio ao caos

Mas, se a existência exige que pelejemos por algo maior

Este maior, sem que o conheçamos nos sufoca apreende e desconcerta

A aflição do íntimo é minha e sua, está contigo e comigo

Portanto, neste Mundo, estamos definitivamente sozinhos

Como figuras bípedes de raciocínio que nunca evoluem para o bem

Deus nos fez assim mesmo bobos, que por andarem de pé

Acham que a luz da razão pode iluminar as veredas

Tolo é o homem, que se recria e se inventa por seu orgulho

Não passará de qualquer mortal entregue ao pó da terra

Sozinhos, definitivamente estamos Aqui

Não há outra raça de humanos para se descobrir

Nem mais galáxias a conquistar

Ou mesmo extraterrestres para vermos e falar

A Terra é um ponto esquecido no Universo

E estamos aqui, agora neste ponto, sozinhos

Só há uma força que pode dirimir a dor

O grande mal-estar da civilização

Nem que venha pelo sonho, ilusão ou romance

O AMOR, ah... o amor acalma a dor e conforta o coração

E nos religa a nós, ao Cosmos e a Deus

A caridade em tudo é proveitosa, e é por ela que Ele nos fez tolos!

Então, a sensação de estarmos definitivamente sozinhos

Sobrevém porque não deixamos o amor volver a mímese dos sonhos

Calcar os nossos pés nos ladrilhos das ilusões pode ser perigoso

Mas é melhor sonhar do que nunca oferecer um palmo à vida

O ser inerte que sonha está vivo

E um ser vivo sem utopias está morto

Destino e Brisa




Sempre nos deparamos com duas grandes questões do universo: se somos levados pelo destino ou se somos movidos ao léu por uma brisa. Se há destino a vida tem propósito, mas estamos condicionados a uma prisão. Se por uma brisa, não há propósito nem valor para vida e vivemos ao léu, como já disse, o que é um falsa liberdade. A grande questão é que ora sentimos viver por um destino, ora um brisa nos leva. Se pelo destino é muito bom saber aonde vamos, quando iremos chegar, com que iremos chegar. Se por uma brisa é muito bom senti-la tocando ao rosto no dia-a-dia sem um compromisso de fim e término, numa simulação de eternidade. Porém, não há com que se preocupar, como reis e rainhas da criação divina, em nós os dois ocorrem ao mesmo tempo. Tanto somos levados pelo destino como levados por uma brisa ao léu. Somos como aquela pequena pena branca, de plumas livres esvoaçantes de Forest Gump, que aparece no início aos pés do contador de histórias e se vai ao final do filme. E desse modo, o destino nos leva até a metade do caminho, o resto, livre como uma brisa, quem faz é você.

terça-feira, 21 de março de 2006

Ser




Há muita diferença
Entre o que somos
E o que desejamos ser
Entre o que pensamos ser
E o que precisamos ser
Entre o que possamos ser
E o que deveríamos ser
Entre o ser alguma coisa em algo
E o ser algo em alguma coisa
Limito-me a responder a questão:
Eu sou o que sou
Mesmo não sabendo que sou.

segunda-feira, 20 de março de 2006

Biografia Mensageira




Não escrevo por estar entre os escritores
Tento compartilhar entre os que sofrem
Por existência, amargando suas dores
As quais más não são, boas porém,
Sobem dos intestinos e dissabores
Poesia que nem sempre me convém
Que me relega a pouquíssimos leitores

Pois assim é e estes existem
Porque de mim tornei-me leitor dos pobres
Quais como eu, nas letras se defendem
De seus anseios e sentimentos menores
E assim, como poucos, dessas frases dependem
Assumindo em Deus todos seus temores
Pois de nós, autônomos, independem
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