quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Obediência e Gratidão


É redundante afirmar que demonstração de obediência é demonstração de lealdade. Mas que isto seja um reforço. A maior prova de vida cristã é que esta demonstração seja uma realidade. Nem mesmo Jesus Cristo, sendo Deus, deixou de obedecer às autoridades. Considerou e as respeitou. Aliás, lembremos sempre que a correção de atitudes leva-nos sempre ao fiel cumprimento do dever. A obediência precisa ser alegre, desinterressada e consciente. Hodiernamente, o mundo vive uma tendência de rupturas, cisões e rebeldia. Infelizmente, as igrejas têm recebido esta influência. Os pastores não são mais vistos por sua piedade, amor, santidade ou vida de oração, mas pelo currículo e a capacidade de arrebanhar muitas pessoas de qualquer modo e a qualquer custo. Isto é um reflexo da sociedade em que vivemos. Samuel disse que obedecer é melhor do que sacrificar. Paulo falou que devemos obediência aos pais, aos patrões e às autoridades. Este é o sentido básico de nosso existir como cristãos. Obedecer é também servir. Sempre obedeci aos meus superiores, ainda que não concordasse com tudo esta obediência nunca foi relapsa, aparente e dissimulada. Foi também sem interesses, a não ser o de Cristo. Devo muito a todos os meus pastores e a autoridades com quem trabalhei. Aliás, a obediência precisa sempre ser completa, obediência incompleta não é obediência. Admira-me sempre as palavras do centurião a Jesus: “Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz.”, “porém manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado.” (Lucas 7:7-8). Meus anos de ensino em seminário formaram muitos pastores, se por acaso hoje um desses alunos tornassem pastores de alguma igreja que congrego, ou fossem chamados como pastores presidentes, os chamaria pelo título: de pastor e de senhor. Intimamente, obedecer é nossa demonstração de gratidão a Deus pelo Senhor que ele nos é. Só quem é grato obedece, porque a desobediência é fruto da ingratidão com pessoas, com a vida e com Deus.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

CATIVEIRO E ESPERANÇA


Ninguém aprecia o cativeiro, sempre remonta a momentos de tristeza e aflição de um povo, de uma raça e/ou de uma nação em seu devir histórico. No sentido subjetivo, individual, indica uma opressão, moral, individual e espiritual. Esta opressão parte geralmente de fatores externos, nada tem a ver com a inespiritualidade ou impossibilidades do cativo. Amplia-se o sentido de cativeiro para qualquer coisa que nos aprisione, mas que no íntimo não não atinge nossas competências, possibilidades e fervor no Senhor. Jesus Cristo passou por três cativeiros básicos, o primeiro quando foi obrigado a fugir para o Egito, o segundo na tentação no deserto e o terceiro na cruz. Ao fugir para o Egito, o menino lá ficou por três anos aguardando o momento certo para retornar à terra santa. Ao ser tentado no deserto por um extenso período de estivação de fome, sede e sono. E na cruz até que entregou seu espírito. Em nenhum desses momentos, o nosso Salvador foi menos espiritual, mas a demanda das provas o impossibilitaram de ser mais. O cativeiro aprisionou-o a ponto a fim de que fosse cumprida a vontade de Deus. Observemos também o exemplo do apóstolo Paulo, após sua conversão passou três anos recluso no deserto da Arábia. Este cativeiro subjetivo é desconfortável, “sofrer” por nada de errado, todavia é um grande acúmulo de energia espiritual é desencadeado para a execução de algo espiritual maior, grande esperança é projetada para o futuro ministerial. Após três anos oculto no deserto da Arábia, Paulo saiu para ser o maior pregador do evangelho, o apóstolo para os gentios. Ao retornar do Egito, Jesus, então menino, discutia com os sábios no Templo. Após os quarenta dias no deserto, o Mestre saiu curando e iniciando o ministério. E após sua morte na cruz, o Filho de Deus ressuscitou em grande poder e glória. Entendamos que os cativeiros espirituais não são para nos diminuir, mas para aperfeiçoar e nos preparar para uma obra maior. A esperança é que quanto maior o acúmulo de energia e habilidades de nossa competência, Deus nos desencadeia para uma obra maior. Se vives este período de cativeiro, curta, anime-se, a esperança está na grande obra que o maravilhoso Deus fará em sua vida em prol do reino Dele.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Conversa Jogada Fora


Não gosto muito de falar de mim mesmo. Creio ser um sujeito totalmente imperfeito para que venha ser um protótipo para o “mim mesmo.” Quem fala de si mesmo quer ser seguido. Não busco seguidores, gosto de seguir. Ainda que tenham-me detectado a aptidão do líder nato, coisa que considero ficção – todo líder é uma construção no tempo e no espaço – prezo por servir, porque liderar ser-me-ia muito fácil, servir é o meu grande desafio particular. Não nego que como adolescente sonhei em ter uma estátua na praça cheia de cravos, coisas da puberdade que perdi logo cedo, quem insiste nestes sonhos são os adolescentes. Almejo somente em ser mais um amigo, para quem me conhece, para quem me vê ou quem me lê. Por isso mesmo, creio que a internet é uma grande bênção do século, com ela conectamos os povos, as classes, as raças, os sexos, os credos, os temores. Há quem insanamente associe a sigla www ao mal, como a um 666, prefiro associá-la ao bem, a um “What a Wonderfull World.” Acredito que é isto hoje que ela representa: um mundo maravilhoso. Como nas narrativas de Alice, ao instante de um clique pode estar o próximo pesadelo, mas normalmente é um país de maravilhas. Estive seis meses longe da família, confesso que nem os cânticos ao vivo de Asafe ter-me-iam feito tão bem quanto fez a internet, ao poder através dela ouvir a imagem e ver os sons dos meus filhos da minha esposa, uma Ana abnegada, sentimentos em uma sinestesia confusa e boa proporcionadas pela internet, mas ímpar. Agradeço a Deus por mais este pão, fugidio, impreciso, por vezes frio, mas que não me deixou faminto e triste. Hoje ao olhar este blog, percebo a força que há na internet, posso ser lido em Paris, na França. Em Paris! Em Konstanz, na Alemanha, ou em Ryadi, na Arábia Saudita. Engraçado, um bárbaro que mal digita palavras ser lido na Europa e no Oriente Médio, ambos berços da literatura. Eu deveria envaidecer-me mas sou consciente da mediocridade que me é particular. Mas por isso mesmo, não posso considerar que esta rede mundial seja uma simples arma e ferramenta do diabo. A internet é como a música, Deus a criou, o diabo usa-a como quer. Olha que plataforma, que púlpito, nem a mais alta árvore poderia compor um móvel de tal alcance. Diz o profeta Daniel que nos últimos tempos o conhecimento multiplicar-se-ia e as pessoas andariam de um lado para outro. Poderíamos conceber um mundo hoje sem internet? Dificilmente, mesmo que é salutar entender que há ainda civilizações sem internet, ainda que sejam policiadas e controladas por ela. Tenho a minha frente a maior das bibliotecas, a maior enciclopédia, os maiores debates, os maiores sonhos, os maiores amigos. Tudo aquilo que alimenta o meu vício de buscar saltar da barbárie para a civilização.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...