domingo, 23 de março de 2014

Teólogo medieval antecipou teoria cosmológica atual

Com informações da New Scientist - 21/03/2014 no site Inovação Tecnológica.

A coincidência entre a cosmologia atual e o modelo proposto por Robert Grosseteste em 1225 é impressionante - e leva aos mesmos gargalos. [Imagem: Tom C. B. McLeish et al.]

Honrando os mestres

Os cientistas gostam de chamar a Idade Média de "era da escuridão", "noite medieval" e outras denominações pouco elogiosas.

Em contraposição, com o declínio do paradigma religioso em termos de explicação da natureza, emergiu a "idade das luzes", esta capitaneada pelos próprios cientistas.

Obviamente que a ciência moderna surgiu nos ombros dos pioneiros medievais, uma herança que não pode ser esquecida sob pena de negligenciar a coragem e o heroísmo desses pioneiros - ainda que o fato de que grande parte deles tenha pago com a vida seu amor pelo conhecimento torne compreensível o medo inconsciente que leva à tentativa dos cientistas atuais em apartar-se dessa época.

O restabelecimento desses laços agora ganhou uma nova força: uma das principais teorias cosmológicas da atualidade foi redescoberta em um autor medieval - e mais, ela está inspirando os cientistas atuais a melhorarem suas próprias teorias.

Quando físicos traduziram um texto em latim do século 13, e transformaram suas afirmações em equações matemáticas, eles descobriram que um teólogo inglês previu a ideia dos multiversos em 1225.

A descoberta do momento, que envolve a detecção de ondas gravitacionais e a comprovação da inflação cósmica, apoia justamente a ideia dos multiversos.

Cosmologia medieval

Tom McLeish e seus colegas da Universidade de Durham, no Reino Unido, desenvolveram equações a partir do tratado De Luce - Sobre a Luz - escrito pelo teólogo medieval Robert Grosseteste.

"Nós tentamos traduzir matematicamente o que ele disse em palavras em latim," disse McLeish. "Então você tem um conjunto de equações que podem ser inseridas no computador e resolvidas. Estamos explorando matematicamente um novo tipo de universo, que é o que os teóricos das cordas fazem o tempo todo. Apenas estamos sendo teóricos das cordas medievais."

Grosseteste vinha estudando as obras então recém-redescobertas de Aristóteles, que explicou o movimento das estrelas incorporando a Terra em uma série de nove esferas celestes concêntricas.

As coincidências das suas conclusões com a teoria cosmológica contemporânea são estarrecedoras.

No tratado Sobre a Luz, Grosseteste propôs que o universo concêntrico começou com um flash de luz, que empurrou tudo a partir de um ponto minúsculo, formando uma grande esfera.

E as similaridades continuam: Grosseteste propõe que a luz e a matéria são intimamente relacionadas - essencialmente acopladas.

Quando o pulso inicial de luz-matéria em expansão alcançou uma densidade mínima, o universo entrou no que ele chamou de um estado perfeito e parou de se expandir. Esta esfera perfeita emitiu então uma forma diferente de luz, que ele chamou de lúmen, que se propagou para dentro varrendo a matéria "imperfeita", comprimindo-a como um floco de algodão.

A região menos densa de luz-matéria que restou pode então chegar ao seu estado perfeito e cristalizar-se em uma nova esfera embutida na primeira, que emitiria então seu próprio lúmen. Este processo se repetiu até que restou apenas um núcleo de matéria imperfeita, que por sua vez deu origem à Terra.

terça-feira, 4 de março de 2014

A ausência do bem

O mal é a ausência do bem como as trevas é ausência de luz. Quando alguém deixa de cumprir seu dever, o mal se alastra. O caos é consequência direta do pecado. Onde superabundou a desordem, superabundou o mal. Isto vale para vida particular e vale para sociedade.

segunda-feira, 3 de março de 2014

O CORRETO É "IGREJA DE" OU "IGREJA EM"?


Se ao médico, obviamente formado em medicina, é-lhe estranho fazer uso do curandeirismo. Há algumas coisas que me incomodam em teologia. E uma delas é quando quem faz uso da teologia, não a utiliza como teólogo, mas como “curandeiro”. Não quero falar do dom de curas, evidentemente. Fico pasmo como alguém pode frequentar quatro anos ou mais uma faculdade teológica ou seminário de sua agremiação e ainda assim não saber fazer o uso prático da teologia, naquilo que aprendeu como sendo ensino da Bíblia, em coisas tão básicas, como colocar o nome de uma igreja. Como batistas, torna-se quase um mantra para nós que “das 115 vezes que a palavra ‘igreja’ aparece no Novo Testamento, ela se refere, em pelo menos 93, à igreja local,” justamente para que entendamos a distinção, em atividade, entre igreja local e igreja universal. Que uma corresponde à igreja visível a outra à invisível; que uma é composta por professos, a outra por todos os salvos da graça; que uma é uma organização e outra um organismo; igreja temporal e igreja atemporal. Veja biblicamente: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres” (Atos 13.1), “Recomendo-vos a nossa irmã Febe, que está servindo à igreja de Cencréia,” (Romanos 16:1), “E, uma vez lida esta epístola perante vós, providenciai por que seja também lida na igreja dos laodicenses;” (Colossenses 4:16), “Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses” (1 Tessalonicenses 1:1). É verdade que se encontra algumas vezes a expressão “igreja em” no Novo Testamente, mas sempre mostrando a igreja no seu início, no sentido abstrato (espiritual), ou no Apocalipse quando a ênfase da mensagem entregue é para o Anjo da “igreja em”, para não usar a preposição “de” repetidamente. Além disso, nas cartas às 7 igrejas, o “igreja em” está, no grego, entre o artigo e o substantivos declinados no genitivo, indicando o domínio da sentença no genitivo. Portanto, uma igreja local é a “igreja de” algum lugar, de algum grupo de pessoas, comunidade, pertencente a algum lugar. Então é “igreja de” e não “igreja em”. A expressão “igreja em” torna errada a aplicação do nosso conceito de igreja local, pois aponta para uma igreja invisível, atemporal, mística, sem locus e tampouco topos. É a igreja “flutuante” naquela cidade. Observe que o “igreja em” aplica-se quando a doutrina eclesiológica tem um poder e administração central como católica, anglicana, episcopal etc. Não é o caso das igrejas batistas que são independentes e autônomas. Portanto, o correto, conforme a teologia batista, é igreja batista DE algum lugar e não igreja batista EM algum lugar.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...