domingo, 22 de julho de 2012

Santiago sem Água por Nocaute Técnico


A Vida é o bem mais precioso e a água é o bem mais precioso da vida. Biologicamente falando, sem água nega-se a vida. Como nordestino, filho de pais nordestinos, no sertão, comumente sem água ou com pouca, aprendemos a dizer não, ver a morte sem chorar. Na situação em que se encontra a barragem por estes lados do boqueirão, em qualquer região da seca, seu fornecimento já teria sido suspendido. E seria a imagem, a entrada comumente de carros-pipas, flagelados com suas latas e reservatórios à mão, a fila para pegar água. Isso depois do racionamento que antecederia em 1 (um) ano a previsão de término do fornecimento de água. Mas na Terra dos Poetas ditosos, ainda há a ilusão de que existe, água, que pode chover, que pode... Tecnicamente, santiaguenses, a água acabou. Vamos reconhecer, repetindo, a água acabou. 

Há um mês estive lá duas vezes de bicicleta, sozinho, vi que estava ruim. Há quinze dias estive lá com meus filhos, duas ou três famílias visitavam e estava pior. Hoje fui com toda a família, fiquei chocado, mal consegui estacionar o veículo, havia uma multidão de romeiros gaúchos para constatar um milagre ao contrário, de como a sua água acabou, a água acabou. Depois de dois ou três acenos, não mais prossegui visitar, dei volta, a água acabou, a água acabou, a água acabou... fiquei com este mantra. Acabou por nocaute técnico, basta fazer a relação de consumo da população e de vazão do reservatório. E, o principal, aquilo não é água, é lama, não serve mais para consumo. Paradoxalmente, serve somente para lavar carros e calçadas. A barragem foi ao barro.
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