sexta-feira, 30 de junho de 2006

Sol Sobranceiro




Estoura o brilho na minha fronte
Do raiar do Sol junto a aurora
Evoca arrepios no meu agora
E o meu peito se abre estonteante

Vem belo Sol! A mudar o dia,
Quero vivê-lo intensamente,
A noite é trevas e já não mente,
Antes que esvaia a breve alegria.

Não vá embora Sol, não vá embora
Por favor, fica aqui imponente
Detenha-te pois no horizonte
Senão vai a alegria numa hora

São as trevas, ó desespero
Desce logo, ó lágrima amiga
Entretanto, com essa fadiga
Aguardarei o Sol sobranceiro.

Criação




Eis Deus
Eis o Mundo

sábado, 17 de junho de 2006

Recortes



Ecoa o verme
Morre a flor
Vai a cor
Dor infame

Esvai a vida
Finda a lida
Ó, tudo cai
Tudo se vai

Pisa a rosa
Pára a vida
Incauta luz
Homem atroz

Ó, quem dera
Ser, alguém ser
Algo fazer
Já fim da era

Ser o tudo
Na calada
Tudo muda
Tudo mudo

Todo Mundo
Qual o valor
E o amor
Vagabundo

O humano
Sonso môco
Tato louco
Um insano

Nas alturas
Belas vidas
Aves liras
Tão queridas

A Feira




Olha. E quantas casinhas!
Montadas qual um mosaico
Gráfico desde as esquinas
Barracas cobertas ao plástico

Ó quantas cores revela
Enleva a beleza que tem
Tão bem o cheiro atrela
Anula a tristeza meu bem

Surgem as formas variadas
Graúdas, dão gosto de ver
Comer as arredondadas
Que benditas de água reter

Olha! as frutas estão belas
Vermelhas e verdes são
Estão também amarelas
São tantas não lembro não

Olho o chão e vejo tristeza
Rudeza, um mendigo no chão
Com a mão me pede em reza
Vileza, não dou um tostão

Caem restos abaixo das mesas
Crianças correm a pegar
Que lar tão sem regalias
São filhas do “não posso dar”

Ó quantas vacas mortas
Expostas ás mesas. Vêem?
Desdém, se compram com notas
Partidas... que mau cheiro além

Olha, a feira é um mundo
Imundo e belo também
Paradoxo bem mais profundo
Encanta a vista de alguém.
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