segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O NATAL DE NOSSAS CRIANÇAS

A irrecuperável tragédia de uma década

O brasileiro, como povo, é tão mal educado, anestesiado de sua condição ignorante, que tragédias na Educação não têm importância alguma. Um verdadeiro escândalo fora da mídia foi revelado pelo Censo Escolar, caiu a quantidade de escolas de 2001 a 2011. Estaduais e municipais são as que mais fecharam. O Censo Escolar mostra que em 2011 o Brasil tem 11% a menos de escolas do que em 2001. Em 2001, eram 218.383 e em 2011, 193.047 escolas. No período, o número de escolas federais dobrou, com ênfase no ensino superior, enquanto que as de ensino base estão sumindo. De 2000 a 2010, a população brasileira cresceu 21 milhões/hab e perdeu 25.336 escolas. O Brasil aumentou mais de 11% e, como dito acima, perdeu 11% de escolas. Em uma década, o Brasil fechou 7 (sete) escolas por dia. Os dados do Censo Escolar estão no site do INEP.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Steven Naifeh: “Van Gogh provavelmente não se matou”

Depois de examinar milhares de documentos, escritor Steven Naifeh reconstrói a vida do pintor holandês e diz que ele nunca desejou o suicídio
GUILHERME PAVARIN


É provável que Vincent Van Gogh (1853 — 1890) não tenha se suicidado. A tese é dos escritores Steven Naifeh e Gregory White, autores da biografia Van Gogh: A Vida(Companhia das Letras, 1080 páginas, R$ 79,50), que chega dia 5 de dezembro às livrarias brasileiras.

A base do argumento dos biógrafos é que o holandês, influenciado pela sua criação calvinista, achava o suicídio uma “covardia moral”. A expressão estaria em cartas inéditas descobertas pelos autores. Segundo o próprio Van Gogh teria escrito, ainda que atormentado e imerso em melancolia, ele nunca cogitou acabar com a própria vida.

A versão que se tornou aceita, a de um tiro disparado contra si mesmo, nunca pôde ser confirmada. Evidências como a arma do crime jamais foram encontradas. Mas diante de um Van Gogh deprimido, de péssima aparência — sem a maioria dos dentes — e tomado por crises depressivas, parecia plausível que se suicidaria em 1890. O boato se espalhou pela Holanda, depois pela Europa. Anos mais tarde, o livro Sede de Viver (1934) e sua adaptação cinematográfica (1956) popularizaram Van Gogh como um suicida pelo mundo.

Naifeh e White acreditam num disparo acidental. A hipótese deles é que o tiro tenha ocorrido após uma briga entre o pintor e René Secrétan, um estudante de 16 anos, a cerca de 1,5 km da pousada. Visto sempre fantasiado de caubói, Secrétan andava com um revólver que usava para caçar pássaros, emprestado por Gustave Ravoux, o dono da pousada — e quem espalhou a notícia de suicídio. O garoto, conforme consta em entrevistas recuperadas, adorava azucrinar o pintor. No dia do acidente, um Van Gogh bêbado teria encontrado com o garoto e, depois de acalorada discussão, teria ocorrido a tragédia. “Na comunidade científica a descoberta foi recebida muito bem”, diz Steven Naifeh a ÉPOCA.

Destaque nos Estados Unidos desde seu lançamento oficial, em outubro de 2011, o livro é resultado de mais de 10 anos de pesquisa por documentos históricos acerca da vida do artista. Contando com a ajuda de onze tradutores e um sistema que digitalizou cartas inéditas em posse do Museu Van Gogh, os autores conseguiram reconstruir, “minuto a minuto”, a consciência do artista, como um romance.

Naifeh fala a ÉPOCA sobre o processo de pesquisa, explicita as dificuldades de escrever e comenta algumas das passagens do livro. 
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