terça-feira, 31 de março de 2009

O que eles disseram - Ayn Rand






Ayn Rand (1905-1982)


"O mundo nunca esteve antes tão desesperadamente á procura de respostas para perguntas cruciais, e também nunca esteve antes tão freneticamente comprometido à idéia de que encontrar respostas é impossível. Parafraseando a Bíblia, a atitude moderna é: 'Pai, perdoe-nos, pois não sabemos o que fazemos - e, por favor, não nos diga!'"


A TIME Magazine em parceria com a CNN alistou as dez grandes idéias que estão mudando o mundo hoje. O calvinismo, em uma de suas vertentes, ocupa o terceiro lugar, perdendo apenas para o trabalho como nova propriedade e, respectivamente, a reciclagem de subúrbios; todavia a frente de idéias como amortalidade, biobanco e inteligência ecológica. Isto é, calvinismo não somente está em moda, como alguns poderiam acusá-lo, como nfluencia o nosso mundo neste momento. Dos dez assuntos mencionados, só este está diretamente relacionado à teologia. Um bom teólogo e/ou um bom pastor não pode furtar-se de conhecer a fundo assuntos teológicos contemporâneos que estão modificando o modo de viver e de ser, especificamente o calvinismo.

sábado, 14 de março de 2009

O que eles disseram - Thomas Carlyle



Thomas Carlyle (1795-1881)

A Bíblia é a expressão mais verdadeira que, em letras do alfabeto, saiu da alma do homem, mediante a qual, como através de uma janela divinamente aberta, todos podem fitar a quietude da eternidade e vislumbrar seu lar longínquo, há muito esquecido.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Expiação limitada: o ponto exato da questão



A questão que nos interessa nesta altura não é (a) se a satisfação dada por Cristo foi em si mesma suficiente para todos os homens, uma vez que todos admitem isto; (b) se os benefícios salvíficos são realmente aplicados a todos os homens, pois a grande maioria dos que ensinam a salvação universal não acredita que todos sejam de fato salvos. (c) se a oferta bona fide (com boa fé) da salvação é feita a todas os que ouvem o Evangelho, com a condição do arrependimento e fé, visto que as igrejas reformadas (calvinista) não a questionam; nem (c) se algum fruto da morte de Cristo beneficia os não eleitos em virtude da sua estreita associação com o povo de Deus, pois isto é ensinado explicitamente por muitos eruditos reformados (calvinistas). Por outro lado, a questão se relaciona com a finalidade da expiação. Quando Deus enviou Cristo e quando Cristo veio ao mundo para fazer expiação pelo pecado, fizeram isto com a finalidade ou propósito de salvar somente os eleitos, ou todos os homens? Esta, e só esta, é a questão.

Fonte: BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 3a ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.

domingo, 8 de março de 2009

O que eles disseram - Goethe



Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

Continue avançando a cultura intelectual; progridam as ciências naturais sempre mais em extensão e profundidade; expanda-se o espírito humano tanto quanto queira; além da elevação e da cultura moral do Cristianismo, como ele resplandece nos Evangelhos, é que não irão.

A Existência de Deus




Afirmamos acerca de Deus e de sua existência, alicerçados em sua cognoscibilidade, isto é, a possibilidade de conhecê-lo quando apreendemos a relação do Seu ser com seus atributos, os quais, sob um nome, ou nomes de Deus, em geral, apresentam-se como incomunicáveis e comunicáveis em uma trindade santa. As obras de dogmática ou de teologia sistemática geralmente começam com a Doutrina de Deus.

Em vez de surpreender-nos de que a dogmática comece com a Doutrina de Deus, bem poderíamos esperar que seja completamente um estudo de Deus, em todas as suas ramificações, do começo ao fim. Neste sentido, há duas pressuposições básicas na teologia: 1) que Ele existe; e 2) que Ele se revelou em sua Palavra divina.

Na exposição desse estudo, em geral, apresentou-se em um método seguindo o esboço trinitário Pai, Filho e Espírito Santo, conforme Hegel e Martensen. Breckenridge dividiu o assunto da dogmática em (1) O Conhecimento de Deus Objetivamente Considerado; (2) O Conhecimento de Deus subjetivamente Considerado.

Até o começo do século XIX era quase geral a prática de começar o estudo da dogmática com a doutrina de Deus, mas ocorreu uma mudança sob a influência de Schleiermacher. A consciência religiosa do homem substituiu a palavra de Deus como a fonte da teologia. A fé na Escritura como autorizada revelação de Deus foi desacreditada e a compreensão humana, baseada na apreensão emocional ou racional do homem, veio a ser o padrão do pensamento religioso. A religião gradativamente tomou o lugar de Deus como objeto da teologia. A obra dogmática de Schleiermacher dedica-se ao estudo e análise do sentimento religioso e das doutrinas nele envolvidas. Esta começa com a doutrina do homem e conclui com a doutrina de Deus. Poderia parecer que a teologia da escola de Ritschl requeresse ainda outro ponto de partida, desde que encontra a revelação objetiva de Deus, não a Bíblia como na palavra divinamente inspirada, mas em Cristo como fundador do Reino de Deus, e considera a idéias do Reino como o conceito central e absolutamente dominante da teologia. Ao mesmo tempo, há vários teólogos, como Strong, que em suas obras começam a discussão da dogmática propriamente dita com a doutrina de Cristo ou da Sua obra redentora.

A prova bíblica para a existência de Deus. O Cristão aceita a verdade da existência de Deus pela fé. Mas esta fé não é uma fé cega, mas fé baseada em provas, e as provas se acham, primariamente, na Escritura como a Palavra de Deus inspirada, e, secundariamente, na revelação de Deus na natureza. Nesse sentido a Bíblia não prova a existência de Deus. O que mais se aproxima de uma declaração talvez seja o que lemos em Hebreus 11:6 “... é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam”. A Bíblia pressupõe a existência de Deus em sua declaração inicial, “No principio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). Esta revelação de Deus constitui a base da nossa fé na existência de Deus, e a torna uma fé inteiramente razoável.

Entretanto, há várias formas de negação da existência de Deus, isto inclui tanto a absoluta negação quanto os falsos conceitos que envolvem a negação do verdadeiro Deus.

1. A absoluta negação da existência de Deus. Em vista da semen reliogionis implantada em todos os seres humanos, pela criação do homem à imagem de Deus, é seguro admitir que ninguém nasce ateu. Em última análise, o ateísmo resulta do estado moral pervertido do homem e do seu desejo de fugir de Deus. A respeito dos ímpios o Salmo 14.1 declara: “Diz o insensato no seu coração: não há Deus” (cf. Sl 10.4b). E Paulo lembra aos Efésios que eles tinham estado anteriormente “sem Deus no mundo”, Efésios 2.12. A experiência também dá abundante testemunho da presença deles no mundo. O professor Flint distingue três espécies de ateísmo teórico, a saber, (1) Ateísmo dogmático, que nega peremptoriamente a existência de um ser divino; (2) Ateísmo cético, que duvida da capacidade da mente humana de determinar se há ou não há um Deus; (3) Ateísmo crítico, que sustenta que não há nenhuma prova válida da existência de Deus. Há um número muito maior daqueles que teoricamente põem de lado todo e qualquer deus; e um número ainda maior dos que romperam com o Deus da Escritura. Spinoza pode ser chamado “O homem intoxicado por Deus”, mas o seu Deus certamente não é o Deus que os cristãos cultuam e adoram.

2. Falsos conceitos atuais de Deus que envolvem negação do verdadeiro deus. Em nossos dias há vários conceitos falsos de Deus, conceitos que envolvem a negação do conceito teísta de Deus: a. Um Deus imanente e impessoal, o teísmo sempre acreditou num Deus que é transcendente e imanente, entretanto, o deísmo retirou deus do mundo, e deu ênfase à Sua transcendência, em detrimento da Sua imanência. b. Um Deus finito e pessoal. O teísmo sempre considerou Deus como um Ser pessoal, absoluto, de perfeições infinitas. Bradley considerava o deus da religião cristã como uma parte do Absoluto, e James defendia um conceito de Deus que estava mais em harmonia com a experiência humana de que com a idéia de um Deus infinito. Para eles, as condições do mundo tornam impossível crer num Deus bondoso, infinito em conhecimento e poder. c. Deus como personificação de uma simples idéia abstrata. Repete-se com freqüência a afirmação de que, se Deus criou o homem à Sua imagem, o homem agora está devolvendo o cumprimento criando a Deus à imagem do homem. A maioria dos que rejeitam o conceito teísta de Deus ainda professa fé em Deus, mas este é um Deus de sua própria imaginação... “Deus é o espírito imanente da comunidade” (Royce). Deus “é aquela qualidade da sociedade humana em desenvolvimento” (E. S. Ames). Mal é precisa dizer que o Deus assim definido não é um Deus pessoal e não responde às necessidades mais profundas do coração humano.

Entretanto, apesar do paradoxo entre as pressuposições da existência de Deus na Bíblia e as formas de sua negação. Há provas racionais da existência do Criador, conforme os argumentos ontológico, cosmológico, teleológico, moral e histórico e/ou etnológico:

1. O argumento ontológico. Este argumento foi apresentado em várias formas por Anselmo, Descartes, Samuel Clark, e outros. Foi apresentado em sua mais perfeita forma por Anselmo. Este argumenta que o homem tem a idéia de um ser absolutamente perfeito; que a existência é atributo de perfeição; e que, portanto, um ser absolutamente perfeito tem que existir.

2. O argumento cosmológico. Este argumento tem aparecido em diversas formas. Em geral se apresenta como segue: Cada coisa existente no mundo tem que ter uma causa adequada; sendo assim, o universo também tem que ter uma causa adequada, isto é, uma causa indefinidamente grande. O universo material aparece como sistema interativo e, portanto, como uma unidade que consiste de várias partes. Daí, deve haver um Agente Integrante que veicule a interação das várias partes ou constitua a base dinâmica da existência delas.

3. O argumento teleológico. Este argumento também é causal e, na verdade, é apenas uma extensão do imediatamente anterior. Pode ser exposto da seguinte forma: Em toda parte o mundo revela inteligência, ordem, harmonia e propósito, e assim implica a existência de um ser inteligente e com propósito, apropriado para a produção de um mundo como este. “A prova teológica”. Diz Wright. “indica apenas a provável existência de uma mente que, ao menos em considerável medida, controla o processo do mundo, suficiente para explicar a quantidade de teleologia que nele transparece”.

4. O argumento moral. Como os outros argumentos, este também assumiu diferentes formas. Kant tomou seu ponto de partida no imperativo categórico, e deste deferiu a existência de alguém que, como legislador e juiz, tem absoluto direito de dominar o homem. Em sua opinião, este argumento é muito superior a qualquer dos outros. É o argumento em que se apóia principalmente, em sua tentativa de provar a existência de Deus. Esta pode ser uma das razões pelas quais este argumento é mais geralmente reconhecido do que qualquer outro, embora nem sempre com a mesma formulação. Alguns argumentam baseados na desigualdade muitas vezes observada entre a conduta moral dos homens e a prosperidade que eles gozam na vida presente, e acham que isso requer um ajustamento no futuro que, por sua vez, exige um árbitro justo. A teologia moderna também o usa amplamente, em especial na forma de que o reconhecimento que o homem tem do Sumo Bem e a sua busca de uma ideal moral exigem e necessitam a existência de um ser santo e justo, não torna obrigatória a crença em um Deus, em um Criador ou em um Ser de infinitas perfeições.

5. O argumento histórico ou etnológico. Em geral este argumento toma a seguinte forma: Entre todos os povos e tribos da terra há um sentimento religioso que se revela em cultos exteriores. Visto que o fenômeno é universal, deve pertencer à própria natureza do homem. E se a natureza do homem naturalmente leva ao culto religioso, isto só pode achar sua explicação num ser superior que constituiu o homem um ser religioso.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Reflexão sobre a Consciência




Se Machado estivesse certo
E todo homem fosse um Cubas
Morrer não seria nada bom
Tornar-se-ia triste ver nos afagando
Aqueles que a vida inteira nos espezinharam
Tornar-se-ia triste ouvir nos louvando
Aqueles que constantemente nos maldisseram
Tornar-se-ia triste observar nos canonizando
Aqueles que um dia amaldiçoamos
Lida hipócrita dos fétidos
Obra da insinceridade
Ó verme, rasgai minha coxa
Já não sinto dor,
Que eu não contemple a tirania.


Que ninguém durma!
Que ninguem durma...
Meu mistério morrerá comigo
Ninguém saberá meu nome
Desapareça, ó noite.
Sumam, estrelas!
Na alvorada vencerei.
Sim, eu vencerei.

terça-feira, 3 de março de 2009

A Trindade




Chamamos de Trindade a manifestação plural da personalidade de Deus. No primeiro verso da Bíblia está escrito: “No princípio criou Deus os céus e a Terra” (Gn 1.11). Este mesmo Deus, em todo restante das Escrituras, sempre se revela dentro de uma perspectiva monoteísta. Mas como esse Deus único, nesse mesmo verso da Bíblia, tem o nome de Deus em hebraico no plural? A resposta é aparentemente confusa, mas é simples: Deus enquanto único quer mostrar sua pluralidade, a pluralidade de pessoas que compõem este único Deus. Para facilitar a mente observadora Deus revelou-se aos hebreus como o SENHOR Deus. SENHOR como uma tradução do acrônimo YHWH Deus, desta forma Deus definia-se o Deus plural que é um (Ex 6.2).

Êxodo 6:2 – Falou mais Deus a Moisés e lhe disse: Eu sou o SENHOR.

Ainda no Antigo Testamento há várias manifestações de Deus. Como vimos em Êxodo 6.2, Ele aparece como o Senhor, que é Pai; em espectro de homem ou de anjo, que é o Filho (Jz 13.6-22 e 1 Sm 2.27); e em como o Espírito Santo em Gênesis 1.1 e 41.38. Assim,

O que eles disseram - Henry Van Dike


Henry Van Dike (1852-1933)

Nascida no Oriente e vestida de formas e de imagens orientais, a Bíblia percorre as estradas do mundo inteiro, familiariza­da com os caminhos por onde vai; penetra nos países, um após outro, para em toda parte sentir-se bem, como em seu próprio ambiente. Aprendeu a falar ao coração do homem em centenas de línguas. As crianças ouvem suas histórias com admiração e prazer, e os sábios ponderam-nas como pa­rábolas de vida. Os maus e os soberbos estremecem com os seus avisos, mas aos ouvidos dos que sofrem e dos penitentes sua voz tem timbre maternal. A Bíblia está entretecida nos nossos sonhos mais queridos, de sorte que o amor, a amizade, a simpatia, o devotamento, a saudade, a esperança, cingem-se com as belas vestimentas de sua linguagem preciosa. Tendo como seu esse tesouro, ninguém é pobre nem desolado. Quando a paisagem escurece, e o peregrino, trêmulo, chega ao Vale da Sombra, não teme nele entrar; empunha a vara e o cajado da Escritura; diz ao amigo e companheiro - "Adeus, até breve." Munido desse apoio, avança pela passagem solitária como quem anda pelo meio de trevas em demanda da luz.



(Do "Companionable Books", de Henry Vau Dyke, por gentileza dos seus editores, Charles Scribner's Sons).

segunda-feira, 2 de março de 2009

A Turma do "Pipe"



Foucault faz uma bela crítica e problematização ao quadro de René Magritte, Ceci n’est pas une pipe. Diz que o cachimbo foi desenhado com cuidado e a epígrafe o acompanha com caligrafia de convento. Frase e imagem estão dentro de uma mesma moldura. Mas a frase não condiz com a imagem. Ela poderia ter dito: Logo acima está um cachimbo; ou: Veja este cachimbo! Mas lá está, concorrendo com a imagem na moldura a frase: Isto não é um cachimbo. O que ele propõe ser uma diabrura lingüística quando signos plásticos e signos verbais contrapõem-se em um mesmo plano.



Há uma não pequena lista de teólogos, pastores, evangelistas, autores e personalidades cristãs que fumavam tanto cachimbos como charutos. É claro que a mostra desta lista não constitui uma aprovação da sua teologia ou ensinamentos, bem como da prática de fumar. Eu não precisaria dizer isto, se eu tivesse plena certeza que meus leitores não são preconceituosos e que, caso eu não faça ressalvas, entenderão que faço uma apologia ao fumo. Jamais! Mesmo porque tenho uma história de vida bastante triste com o tabaco. Perdi minha mãe aos nove anos de idade, acometida de um câncer pulmonar. Minha mãe não fumava, mas meu faleceu em consequência do fumo.

Veja abaixo:

Bach, Johann Sebastian, um dos conceituados gênios do Cristianismo que produziu inúmeras obras musicais sob um cotidiano mote particular: soli deo gloria.

Barth, Karl, um dos fundadores da neo-ortodoxia que escreveu cerca de 100 volumes para uma igreja dogmática.

Chesterton, G. K., um dos grandes defensores da ortodoxia protestante, diz-se que sua obra prima Ortodoxia foi ditada à sua secretária enquanto ele fumava um “belo” charuto.

Colson, Chuck, condenado a três anos de prisão federal por participação no escândalo Watergate, converteu-se ao cristianismo e mudou radicalmente sua vida (menos o fumo, é claro). Atualmente lidera um ministério de evangelização internacional nas prisões conhecido como Prison Fellowship, uma organização que auxilia presidiários, ex-presidiários, seus familiares, vítimas e famílias afetadas.

Erskine, Ralph, famoso pregador presbiteriano escocês do século dezoito. Sua obra consiste de paráfrases poéticas e sonetos evangélicos (The Gospel Sonnets). Tem em sua homenagem um estátua de bronze na rua principal do centro de Dunfermline.

Lewis, C. S., um dos cristãos mais proeminentes do século vinte, ex-ateu, anglicano, apologista cristão e escritor de inegáveis contribuições à literatura teológica bem como à literatura de ficção nas crônicas de Nárnia com inúmeras metáforas cristãs.

Moltmann, Jurgen, teólogo luterano da Alemanha, o homem da Teologia da Esperança, do “Reino é já e ainda não.” Recebeu em 2008 o título de doutor honois causa de nossa universidade metodista.

Ogden, Schubert, filósofo americano e ministro metodista famoso que escreveu o livro Um cristão pode fumar? Confesso que eu não gostaria de saber a resposta.

Scott, Gene, ministro fundador da Catedral Universitária de Los Angeles, uma das maiores igrejas protestantes no centro comercial da cidade. Seu estilo de ensinar é caracterizado pelas investigação e abordagem erudita na apresentação de estudos da Palavra de Deus nas línguas originais, gramática, história, teologia, ciências, psicologia e outros campos acadêmicos.

Spurgeon, Charles, ministro e teólogo cristão batista que dispensa apresentações, do qual falarei mais abaixo, foi um fumador aficcionado.

Williams, Charles, provavelmente o menos conhecido, porém provavelmente o mais talentoso teólogo, segundo C. S. Lewis, foi um escritor de ficção. Era anglicano e escreveu uma fascinante história da Igreja chamada "Descent of the Dove."

Diz-se que Billy Sunday, famoso jogador de baseball que se converteu nos idos de 1880, atendeu o chamado para o ministério e tornou-se um grande evangelista. Nas suas pregações enfatizava o enfrentamento dos problema diários e especialmente foi um voraz defensor da proibição de vícios, inclusive o de fumar. Entre as décadas de 1910 e 1920 tornou-se o cristão mais famoso do EUA.

Na virada do século vinte, Billy Sunday foi convidado para conferências no Templo Memorial Batista de Charles Spurgeon em Londres. Durante o sermão Billy pregou intensamente contra os vícios da bebida e do fumo, e que muitos cristãos não podiam fazê-lo e esperarem admissão nos céus. Diz-se que foi até educado na forma como expôs a sua pregação. No fim do culto, Spurgeon foi até o púlpito, olhou para o conferencista e disse: “De qualquer forma, meu caro. Eu irei esta noite para casa e fumarei um cigarro para a glória de Deus.”

Ficou pasmo? Eu também.

Alguém já disse que Spurgeon e outros pregadores nunca seriam membros de nossas igrejas pelo tipo de vida que consideraríamos duvidosa. Bom, ele não poderia comer uma boa pizza comigo na Bari Palesi, a não ser que eu desejasse permanecer com ele na ala asquerosa dos fumantes.

A frase “Fumarei para a glória de Deus” tornou-se um escândalo publicado no jornal The Daily Telegraph, ao qual Spurgeon tentou incessantemente justificar. No último parágrafo de sua defesa ele escreveu:

“Estou muito triste que tenha sido dado destaque ao que parece-me uma questão tão pequena, e a última coisa na minha opinião teria sido a menção dela a partir do púlpito. Porém, eu fui colocado em uma posição tal que devo, quer por meu silêncio confessar-me culpado de viver em pecado, ou então, denunciar a minha infeliz e auto-feroz censura por haver falado honestamente das medidas antitabagistas. Eu escolhi esta última, e embora eu seja o alvo para dignos irmãos, resolvo sofrer o dano mais cedo tão rápido intentem agir secretamente pelo que me estigmatizam. Eu não posso justificar-me e ganhar imunidade diante de críticas tão sorrateiramente apresentadas e seja, então, cobrado de pecado em uma prática que a minha consciência permite.”
Quando vejo essas infelizes curiosidades, faço eco e conforto-me com às palavras de Tiago 5:17 "Elias era homem semelhante a nós, sujeito aos mesmos sentimentos, e orou, com instância, para que não chovesse sobre a terra, e, por três anos e seis meses, não choveu." Deus usa os homens como tais, porque não precisa deles para manifestar-se.

Retomando Foucault a despeito da diabrura do quadro, ele reconhece que nada daquilo era de fato um cachimbo, mas um texto que simulava outro texto. "O desenho de um cachimbo que simula outro cachimbo". O que me parece refletir aqui a ilusão em que Spurgeon se meteu, envolveu-se em uma argumentação nefanda para explicar que fumar não era errado, somente porque ele não encontrava o assunto taxativamente na Bíblia. Minha mãe faleceu devido ao fumo, sem fumar. Ela sofreu a conseqüência de uma prática que a consciência de alguém permitia.

Finalmente, quando a fábrica de cigarros John Player & Sons lançou a propaganda abaixo com uma epígrafe do Príncipe dos Pregadores, ao ver comprometimento de seu ministério, pôs fim a polêmica abandonando definitivamente o cachimbo.

Graças a Deus.



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