sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Santiago por um Plágio




Vagueio, dou voltas sem direção
Estou solitário em Santiago, Santiago é tão amável
Cruzo ruas sem medos, todo mundo deixa o caminho livre
Sei que não conheço ninguém aqui pra dizer alô
Somente sei que deixam o caminho livre, estou solitário em Santiago, sem medos
Vagueio, dou umas voltas, sem direção

Enquanto meus olhos buscam seres no espaço sideral
Enquanto meus olhos buscam seres no espaço sideral

Domingo, segunda, o inverno, passam por mim
Pessoas transitam apressadas com muita paz
Um mendigo chega a um policial e ele parece cheio de prazer em poder atendê-lo
Que bom, estar vivo é uma bênção, concordo...
Parecia contente por isso, pelo menos, e é tão bom viver em paz
Através domingos, segundas, os anos, concordo ...

Não escolho nenhum rosto para olhar ... não escolho um caminho
Ocorre que apenas estar aqui é estar tudo bem
Grama verde, olhos azuis, céu cinza, Deus abençõe esta dor silenciosa e esta felicidade
Eu vim para dizer sim e o digo

Enquanto meus olhos buscam seres no espaço sideral
Enquanto meus olhos buscam seres no espaço sideral

E nós, o que faremos?








Esta foi a pergunta feita por militares neotestamentários ao profeta João Batista que respondeu prontamente: "A ninguém maltrateis, não deis denúncia falsa e contentai-vos com o vosso soldo." (Mateus 3.14). Fico maravilhado cada vez estudo a Bíblia. Este versículo toca em três assuntos essenciais da caserna. A prática da bondade, pois eis que é virtude e dever o militar ser bom, principalmente com os subordinados. Falar a verdade, o primeiro item do regulamento disciplinar do Exército. E por último, esta questão tão delicada que é a remuneração. Se observarmos bem, são estes assuntos que direcionam a vida militar em nossos dias.

Mas, mais que isto, nesta semana, a semana do soldado, temos muito a agradecer a Deus por ele. Esta nação não foi construída senão por seu valor, coragem e determinação. Sem os nossos soldados não teríamos um território tão grande e uma soberania já secularmente estabelecida. Minha oração a Deus é agradecê-lo por ter determinado autoridades que têm servido historicamente para o nosso bem. 

Há muito no Novo Testamento que ilustra da vida cristão como a vida de um soldado, particularmente este versículo: "Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou." (2 Timóteo 2:4). Isto me faz lembrar as palavras do Gen Ex Enzo Martins Peri, Comandante do Exército: "A missão de defender a Pátria impõe a cada soldado servidões que transcendem sua própria existência, e que só encontram abrigo em profissionais vocacionados." 

Cabe neste dia uma reflexão sobre a missão destes valorosos que defendem a minha família, a sua e a deles na forma de vida mais abnegada, na mais próxima da vida cristã.

Obrigado, Senhor, pelos nossos soldados.

Salve-os a seu tempo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A Igreja de Consumo


“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus.” Disse o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 2:17. O verbo grego “kapeleuo” traduzido por “mercadejar” tem a origem no mascate, um varejista do período neo-testamentário, era o profissional autônomo que ganhava dinheiro com a venda de algo. O termo tinha um significado, a princípio, negativo e é como o apóstolo utiliza neste verso, muitas vezes porque o mascate conseguia o ganho sordidamente sob o bordão “fazemos qualquer tipo de negócio”, induzindo-o a lucratividade ilícita. O uso negativo do termo serviu para responsabilizar aqueles que já no tempo de Paulo negociavam com a Palavra de Deus e buscavam obter ganho ilícito utilizando-se da verdade divina, corrompendo e adulterando-a assim como os mascates adulteravam habitualmente suas mercadorias para aumentarem seus lucros.

Em tempos recentes, observamos alastrar-se na América Latina, principalmente no Brasil, a recente igreja de consumo que está ligada ao conceito de sociedade de consumo e da economia de mercado, entendendo-se por economia de mercado aquela que encontra o equilíbrio entre oferta e demanda através da livre circulação de capitais, produtos e pessoas, sem a intervenção do Estado.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Entendendo o Mundo Evangélico - Parte III

De quem é a culpa?

Conforme vimos, após a Reforma quatro grandes grupos ortodoxos difundiram-se pelo mundo, no Brasil, até o início do século passado, resumidos entre os luteranos, os presbiterianos, batistas e então os pentecostais. Porém, de quem é a culpa desta azeda salada mista fermentada por heresias e seitas?
Atenção, vou revelar, das editoras evangélicas! Considero a principal, não a única. Até a década de oitenta, todo ano escritores, teólogos ou não, anunciavam as novas heresias e seitas. Livros e mais livros, descrevendo a forma, características de líderes e grupos com pseudo-cristianismo, eram o alerta a todo tempo. Porém, o mercado falou mais alto. A medida que as editoras puderam perceber o crescimento desses, aliada a grande crise de manter uma imprensa evangélica mal paga e mal lida pelos evangélicos ortodoxos, as nossas editoras renderam-se ao mercado pentecostal, em conseqüência no neo-pentecostal, passaram a “polir” o discurso anti-heresia e anti-sectário para cair nas graças do novo investidor de livros. Observem que ainda hoje editoras confessionais têm grandes dificuldades para sua manutenção.
E por que os pentecostais (neo-pentecostais) terminaram comprando mais livros que todos os ortodoxos? Vem aí uma grande questão. A maioria dos líderes ortodoxos, formados pastores e teólogos em cursos confessionais regulares, tinham seus próprios suprimentos em uma intelectualidade e autoridade espiritual adquiridas a partir da igreja e robustecida ainda mais nos seminários e faculdades teológicas. Assim, como pastores que alimentavam o rebanho, davam o provimento espiritual necessário ao rebanho a partir do púlpito de modo que não havia grande necessidade de literatura.
Já quanto aos pentecostais um grande problema, em virtude de sua vanguarda missionária ter em seus quadros uma maioria de semi-analfabetos quando não analfabetos. Lembro-me que somente no final da década de noventa a Assembléia de Deus do Rio Grande do Norte baixou um decreto que para ser pastor, líder de igreja deveria ter pelo menos o primeiro grau, hoje o ensino fundamental.
Estes novos pregadores pouco cultos e os convertidos sob sua guarda, sentiram-se cada vez mais sedentos na busca de conhecimento e buscaram as editoras, que por sua vez tinham livros que lhes traziam, muitas vezes enormes críticas. Houve reclamação e ameaça de boicote, enfim as editoras cederam. Livros e mais livros com listas de seitas e heresias foram retirados do prelo. Escritores mais críticos passaram a ser ignorados. Enfim, entre as décadas de oitenta a noventa as editoras perderam grande oportunidade de catequizar os pentecostais, hoje vê-se que o contrário ocorreu. Observe que somente nesta década a CPAD tomou um grande vulto, não lembro de uma publicadora da Assembléia de Deus antes do ano 2000.
Hoje, este retorno é impossível. As editoras evangélicas continuarão reféns do mundo neo-pentecostal ou irão à falência. Imagine que uma editora publique em um livro de seitas e heresias que aliste uma instituição semelhante à Igreja Universal do Reino de Deus. No outro dia, uma enxurrada de ações judiciais adentrarão às portas da editora e fechá-las-á. Se livros chegarem às prateleiras serão esvaziados, comprados pela própria seita.
Enfim, como em uma produção industrial, os evangélicos estão hoje enlatados na forma gospel televisiva. Para o brasileiro em geral, o evangelho é aquilo, acho também cômico que até igrejas outrora ortodoxas copiem para seus púlpitos os mesmos trejeitos de palco, do palco gospel.
Podemos fazer muito pouco, mas o Espírito de Deus tem feito bastante revelando as pedras de tropeço. Aos poucos, essa pandemia e endemia chega ao seu próprio estresse. Aberrações como a imitação de leões em palco, papas de terra nova, pastores pilões (ou pião?) terminam por evidenciar o que não é um culto racional direcionado pelo Espírito. Creio, tenho fé, que daqui a dez anos as igrejas ortodoxas verdadeiramente evangélicas colherão bastante com este esgarçamento e outros retornarão à igreja católica.  A princípio é necessário imaginar uma futura recepção com discipulado e uma imprensa evangélica que não seja covarde ao mercado. Finalmente, esta é uma análise histórico-teológica particular, aceita-se sugestões e diálogo sobre o assunto. Se ela está certa em seu todo ou em parte, somente o futuro do mundo evangélico dirá. 

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O que eles disseram - G. K. Chesterton


















Gilbert Keit Chesterton (1874-1936)
Para responder ao cético, não adianta insistir que deixe de duvidar. É melhor estimulá-lo a continuar duvidar, para duvidar cada dia mais das coisas novas e loucas do Universo, até que, enfim, por alguma estranha iluminação, ele venha a duvidar de si próprio.

O Sábio à porta de tal cidade















No antigo Oriente Médio as cidades fortificadas tinham em seus portais os lugares formais das grandes decisões da sociedade. Os mais velhos, os anciães, os de cãs alvas, eram os verdadeiros juízes das causas comuns e difíceis, responsáveis também para aconselhar os que entravam e saiam da cidade. Em uma cidade arquetípica do oriente, a semelhança da cidade de Jerusalém ou Jericó, que seja. Um sábio permanecia à porta da cidade observando o deserto com suas areias em tempestades, transluzidas pelo calor escaldante. Ao longe, notou o ancião ainda mui longe, um peregrino surgindo em meio àquela tempestade, disforme à visão holografada pelo calor. Chega o jovem empoeirado a passos lentos e curtos, faminto, sedento e roupas gastas da viagem quase infinita, diante do ancião curva-se e diz: "Grande sábio, permita-me entrar em tua cidade." O de cãs alvas responde: "Por que devo deixá-lo entrar em minha cidade?" "Ah, grande sábio, a minha cidade é um lugar horrível, cheia de homens maus, detratores, avarentos, maliciosos e maledicentes; a cidade em si é suja, mal planejada, cresce desordenadamente, animais disputam as vias com os cidadãos, não há lugar pior, por isso fugi da cidade para encontrar uma melhor.", desabafou o jovem. O sábio põe a mão ao ombro do jovem e diz: "Levante-se, meu filho, encontre outro caminho, esta cidade é dez vezes pior que a sua." Levantou-se o jovem, seguindo o conselho sábio, saiu a peregrinar em busca de uma cidade melhor que a sua. Algum tempo depois, ao longe, notou o ancião um outro peregrino aparecendo em meio a tempestade, disforme à visão holografada pelo calor, com passos firmes. Aproxima-se o jovem, faminto, sedento e com as roupas gastas da viagem infindável, perante o sábio curva-se e diz: "Grande ancião, permita-me entrar em tua cidade." O conselheiro responde: "Por que devo deixá-lo entrar em nossa cidade?", "Senhor sábio, minha cidade é um lugar maravilhoso, cheia de homens honestos e bons, honrados, solidários, justos e bendizentes; a nossa cidade é simples, mas muito limpa e organizada, muitas pessoas estão chegando lá agora, o trânsito é intenso porque todos saem às ruas para saudarem uns aos outros e conversarem as melhores novidades. Animado com minha cidade saí peregrinando para saber se há outras tão boas quanto a minha, se o mundo é tão bom quanto..." O sábio ajudou o jovem a levantar erguendo-o pelos dois ombros e disse sorrindo: "Bendito jovem, achastes o caminho, entre em nossa cidade, ser-lhe-á tão boa quanto a sua." Eis porque o mundo pode ser melhor.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sua Nova Bíblia


Este é o mais recente design para a Bíblia que todos usarão nos próximos dois anos. Desde Guttemberg a maior revolução. Poderás não somente acessar inúmeras versões da Bíblia como material auxiliar de estudo. Preparem-se para as inovações. Aparecerá gente para dizer que é do Diabo. Fique atento.

Dicionário Semântico do Hebraico Bíblico


O Dicionário Semântico do Hebraico Bíblico (DSHB) é a versão e adaptação para o português do Semantic Dictionary of Biblical Hebrew (SDBH). O projeto SDBH teve início em 2002, sob os auspícios da United Bible Societies, visando a produção de um dicionário completo do hebraico bíblico organizado a partir de uma perspectiva semântica. O dicionário deve ser produzido concomitantemente em várias línguas modernas. O projeto DSHB em português é patrocinado pela Sociedade Bíblica do Brasil.

Uma fase preliminar do projeto foi o trabalho de pesquisa de Reinier de Blois, que entre 2000 e 2002 concebeu as bases teóricas e um primeiro modelo de verbetes de um futuro dicionário do hebraico bíblico baseado em campos semânticos, juntamente com um software desenhado especialmente para este projeto. Desde 2002, um grupo de pesquisadores/as internacionais trabalha neste projeto, com representação de todos os continentes. A pesquisa trabalha em duas direções que se interpenetram constantemente: a produção de um dicionário do hebraico bíblico e o mapeamento semântico da língua.

Tanto o SDBH como o DSHB foram projetados como dicionários eletrônicos para publicação na internet. Os resultados estão sendo publicados regularmente, desde 2004. Os verbetes do dicionário são assinados pelos/as respectivos/as autores/as. Os mapas semânticos (lexical e contextual) são uma produção conjunta de todo o grupo de pesquisa, que trabalha num sistema de rede via internet.

O projeto SDBH é coordenado por Reinier de Blois. O projeto DSHB em português é coordenado por Enio R. Mueller.

Acesse o site clicando aqui

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A Cruz não era sua

Sobre o frio chão de uma cela, um jovem rebelde sofria rude solidão. A alegria dera o último adeus, era a pena de morte, chegava a hora da execução. Rosto inundado de pranto, filme de pecados retratavam-se em sua mente. Agora, uma rua sem saída, durante toda a vida, tudo fizera de errado, sofria desesperado. Entra o carrasco, remove as correntes de diz: "Você está livre, vá embora, hoje é seu dia de sorte, livrou-se da morte." E continuou: "Vá em paz, não há mais motivo, outra pessoa, um inocente, morrerá em seu lugar." Como? Questionou o bandido. Disse ser um criminoso, porque seria solto e um sem culpa condenado. Ele era a malícia em essência, o substituto totalmente sem maldade. O primeiro a mentira, o segundo a verdade. O bandido um revoltoso em guerra que do inocente recebeu a paz. Jesus Cristo assumiu a culpa, para morrer em um cruz que não era sua para soltar a Barrabás. Barrabás sou eu e você.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...