segunda-feira, 20 de maio de 2013

Vida, Vale de Ossos Secos


O profeta Ezequiel teve por missão alertar espiritualmente os israelitas durante o Cativeiro da Babilônia a partir de 586 a.C. Suas mensagens eram direcionadas aos cativos da Babilônia e aos moradores da Jerusalém devastada pela guerra, pelo despojo e pelo caos. 

O profeta perante o caos pátrio, nacional e humano tinha o papel de continuar levando a Palavra de Deus desafiando-os neste momento difícil de seu povo. Percebendo a divagação do profeta, a tristeza e sofrimentos subjetivos, diante de tudo que presenciava na nação em hecatombe, Deus, o Senhor lhe dá a visão: 

“Veio sobre mim a mão do SENHOR; ele me levou pelo Espírito do SENHOR e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles; eram mui numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos. Então, me perguntou: Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos? Respondi: SENHOR Deus, tu o sabes. Disse-me ele: Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR. Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso.” (Ezequiel 37:1-10) 

A visão realista diz-nos sobre um evento de ocorrência no futuro, nos últimos tempos da restauração de Israel. É um ensino da ressurreição para o então momento presente da nação. A pergunta de Deus para o profeta: “Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?” Chamando-o de filho do homem, Deus reconhece sua total condição humana, temporária, finita e limitada para lidar com o caos. Humanamente falando, não esperança para um vale de ossos, a morte nos desespera, a morte é o nosso fim. Ezequiel não duvida, mas não se anima, e responde: “SENHOR Deus, tu o sabes.” Uma percepção totalmente natural para qualquer um de nós, Deus pode, mas ele fará? 

É muitas vezes assim que nos encontramos diante da desesperança, diante dos casos e causas perdidas, diante da impossibilidade da resolução humana, diante do impossível dos impossíveis, um vale de ossos secos. 

Mas o Senhor Deus em tudo nos dá esperança, disse o profeta: “Profetiza a estes ossos e dize-lhes: “Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. (...) Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis.” 

Ele falou, houve um ruído, barulho de ossos juntando com ossos, que criaram nervos, tendões, que se revestiram de carne, músculos e fibras, e por fim foram cobertos de pele. 

Até esta parte da visão do futuro de Israel já era suficiente para que este filho do homem compreendesse o poder de Deus, os corpos estavam ali intactos, porém sem vida. É muitas vezes como nos encontramos, Deus principia a realizar em nossas vidas e já então podemos imaginar que é o suficiente. Entretanto, ainda não, Ele quer fazer a obra completa. Não queria Deus reconstituir a nação de Israel em sua materialidade, mas como um todo. E ordenou ao profeta: “Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem (...). Profetizei como ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso.” 

Observe o texto bíblico, a restauração de Israel é já e ainda não. Naquele momento histórico, Deus não fez com que corpos tivessem vida novamente, mas restaurou a nação de Israel, trazendo-a novamente a Terra Santa. Deus mostrou o que ele faz para que Ezequiel tivesse ânimo, para que ele entendesse que aquele momento perturbador da nação seria passageiro. Na promessa da vida eterna, Deus mostrou a promessa do dia seguinte. 

Em suma, o ensino é que não importa quão desesperador possa ser sua condição ou problema, o Senhor dos Exércitos, o Deus de Jacó, tem o poder de mudar e mudará. É a mensagem de esperança na desesperança. Ainda que os montes se mudem e a terra se transtorne, Deus é quem nos tira de uma condição de morte para a vida terrena, de uma condição de vida finita para a infinita, a promessa da vida eterna. A morte não é o fim, mas o começo da... Então, busquemos a Deus, profetize aos ossos secos de sua vida e Deus realizará maravilhosamente.

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