Definitivamente, estamos sozinhos no Cosmos
E assim como ele é, há um universo paralelo dentro de nós
Cheio de planetas, estrelas, galáxias e buracos negros
Prontos para sugarem a alma e a eternidade do espírito
Por mais que tentemos interagir, comunicar, relacionar
Um abismo de energia inerte se estabelece em nosso éter
Estamos, definitivamente, sozinhos no Universo
E esta dor que sentimos de estar sozinhos, mesmo estando perto
Não pode aplacar a necessidade da alma que reluta para viver em meio ao caos
Mas, se a existência exige que pelejemos por algo maior
Este maior, sem que o conheçamos nos sufoca apreende e desconcerta
A aflição do íntimo é minha e sua, está contigo e comigo
Portanto, neste Mundo, estamos definitivamente sozinhos
Como figuras bípedes de raciocínio que nunca evoluem para o bem
Deus nos fez assim mesmo bobos, que por andarem de pé
Acham que a luz da razão pode iluminar as veredas
Tolo é o homem, que se recria e se inventa por seu orgulho
Não passará de qualquer mortal entregue ao pó da terra
Sozinhos, definitivamente estamos Aqui
Não há outra raça de humanos para se descobrir
Nem mais galáxias a conquistar
Ou mesmo extraterrestres para vermos e falar
A Terra é um ponto esquecido no Universo
E estamos aqui, agora neste ponto, sozinhos
Só há uma força que pode dirimir a dor
O grande mal-estar da civilização
Nem que venha pelo sonho, ilusão ou romance
O AMOR, ah... o amor acalma a dor e conforta o coração
E nos religa a nós, ao Cosmos e a Deus
A caridade em tudo é proveitosa, e é por ela que Ele nos fez tolos!
Então, a sensação de estarmos definitivamente sozinhos
Sobrevém porque não deixamos o amor volver a mímese dos sonhos
Calcar os nossos pés nos ladrilhos das ilusões pode ser perigoso
Mas é melhor sonhar do que nunca oferecer um palmo à vida
O ser inerte que sonha está vivo
E um ser vivo sem utopias está morto