sábado, 17 de junho de 2006

A Feira




Olha. E quantas casinhas!
Montadas qual um mosaico
Gráfico desde as esquinas
Barracas cobertas ao plástico

Ó quantas cores revela
Enleva a beleza que tem
Tão bem o cheiro atrela
Anula a tristeza meu bem

Surgem as formas variadas
Graúdas, dão gosto de ver
Comer as arredondadas
Que benditas de água reter

Olha! as frutas estão belas
Vermelhas e verdes são
Estão também amarelas
São tantas não lembro não

Olho o chão e vejo tristeza
Rudeza, um mendigo no chão
Com a mão me pede em reza
Vileza, não dou um tostão

Caem restos abaixo das mesas
Crianças correm a pegar
Que lar tão sem regalias
São filhas do “não posso dar”

Ó quantas vacas mortas
Expostas ás mesas. Vêem?
Desdém, se compram com notas
Partidas... que mau cheiro além

Olha, a feira é um mundo
Imundo e belo também
Paradoxo bem mais profundo
Encanta a vista de alguém.

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