sábado, 20 de agosto de 2011

Missionária Batista Regular denuncia violência contra a mulher


Amazonas registra sete denúncias ao dia de violência contra mulher


Para a titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), Lia Gazineu Carneiro, ameaças e agressão física são os casos mais comuns registrados na delegacia. Manaus - O serviço Central de Atendimento à Mulher, o disque 180, da Secretaria de Políticas para Mulheres, órgão vinculado ao governo federal, recebe em média sete ligações de denúncias de violência contra mulheres do Amazonas por dia, segundo estatística do órgão.

Nos seis primeiros meses deste ano foram registradas 1.383 ligações do Estado, que entre os da Região Norte fica atrás, em número de denúncias apenas do Pará (16.143) e Tocantins (1.688).

Para a titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), Lia Gazineu Carneiro, ameaças e agressão física são os casos mais comuns registrados na delegacia. “Muitos autores de ameaças chegam logo dizendo ‘eu não encostei em um fio de cabelo dela’. É preciso desmistificar a ideia de que violência doméstica é apenas agressão corporal. Ameaçar, ofender, causar danos ao patrimônio também é violência doméstica”, afirmou.

Segundo Lia, as mulheres estão mais conscientes de seus direitos e dispostos a denunciar, apesar de resistência quando as mulheres agredidas pertencem a famílias ricas. “Existe uma cobrança social maior quando se trata de classe social mais alta e estas mulheres se sentem mais inibidas a denunciar”.

De acordo com a titular da DECCM, a violência psicológica é mais comum entre as vítimas de classe alta. “Eles ameaçam expor as mulheres, cortar benefícios financeiros das mulheres”, ressaltou Lia.

Uma das situações comuns apontada pela delegada é o agressor incutir na mente das vítimas que ele “deu causa”, relatou a delegada. “Isto ocorre muito em casos de traição afetiva. O que procuramos esclarecer é que o adultério não é crime, mas a lesão corporal sim”.

Para a delegada, uma das formas de reduzir a agressão contra mulher é iniciar um processo de conscientização nas escolas. “Isto deve ser incutido nas crianças desde cedo para que os homens deixem de pensar que a mulher é propriedade do homem”.

Segundo a delegada, a maior evolução da criação da Lei Maria da Penha, criada em junho de 2006, é a introdução das medidas protetivas.

Interior

Vítima de um marido agressivo e alcoólatra, a autônoma Rosângela Alves, 46, denunciou o marido após sucessivas ofensas de tentativas de agressão. A justiça já determinou que o marido dela não pode se aproximar da casa dela sob risco de ser detido. Casada há 14 anos, ela contou que o marido fica agressivo quando chega em casa sob efeito de álcool. “Na última vez, ele me empurrou e cheguei a machucar o braço, foi quando resolvi denunciar. Quando ele não está bêbado é uma ótima pessoa. Ele sempre prometia que iria parar de beber, mas nunca conseguiu cumprir a promessa”, relatou a autônoma.

Os casos de violência no interior do Estado raramente são denunciados, de acordo com a missionária da Igreja Batista Regular Dorotéia do Nascimento, 51. Ela atua em atividade de evangelização no município de Manaquiri (distante 46 quilômetros ao sul da capital). Na quinta-feira, 11, Nascimento estava na DECCM, acompanhando uma menor de 17 anos que denunciava seu companheiro após ter sido espancada.

“Por falta de informação, muitas mulheres do interior não denunciam quando são vítimas de agresão. Alguns chegam a acreditar que esta situação é natural entre os casais. Com o trabalho de conscientização estamos tentando mudar esta realidade”, explicou a missionária.

Fonte: D24AM

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...