Hoje é domingo de
Páscoa, lembrei do Cristo, mas lembrei de quem o Cristo me fez
lembrar. Por alguma razão, lembrei de Ivo Maia, amigo/irmão do qual
perdi contatos. Ivo segregou-se, o que sempre soube ser/fazer.
Conheci este ser humano ainda no fervor de minha conversão a Cristo.
Ivo, permita-me repetir diversas vezes o nome, chegara em Ceará-Mirim
oriundo de Catolé do Rocha com uma grande missão, implantar o casa
de recuperação a dependentes de drogas; e assim o fez. Ivo fundou a
Casa de Assistência Espiritual a Dependentes de Drogas – CAEDD em
Ceará-Mirim. Obra pela qual Ivo dedicou e sacrificou boa parte de
sua vida e família, até mesmo uma cadela vira-lata sabida que
levava e trazia recados de casa quando ter uma linha telefônica era
coisa de granfinos. Como sempre visitava a CAEDD e conversava com Ivo
por horas a fio, eu sabia das dificuldades que passava, a vida de
semi mendicância que levou tinha um ideal, Ivo havia sido liberto do
cárcere das drogas por Jesus e a única coisa que desejava na vida
era ver outros jovens também livres das drogas. Um dos passatempos
do desencarcerado era, dentro das diversas terapias que realizava na
casa, pintar e exercitar as artes plásticas. Vi Ivo pintar de
plantas proféticas, ao tabernáculo e à Santa Ceia; razão também
porque dele lembrei. Por ironia da vida, sem apoio material, que já
era escasso, e também espiritual, Ivo Maia abandonou o ideal e saiu
perambulando por aí, por motivos diversos. Mas eu sabia onde encontrá-lo, sempre que queria vê-lo,
ia para frente do Banco do Brasil no centro da cidade em Natal, Ivo
estava lá, expondo suas novas pinturas, a nova razão que encontrou
para viver, expor a vida pela arte, matéria em que já era perito.
Eu fui embora, sem muito ter visto depois o irmão Ivo. Sei onde
encontrá-lo ainda hoje no Beco das Cores, beco que ele assim
denominou e morada fez.
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