domingo, 8 de abril de 2012

A Páscoa me fez lembrar



 
Hoje é domingo de Páscoa, lembrei do Cristo, mas lembrei de quem o Cristo me fez lembrar. Por alguma razão, lembrei de Ivo Maia, amigo/irmão do qual perdi contatos. Ivo segregou-se, o que sempre soube ser/fazer. Conheci este ser humano ainda no fervor de minha conversão a Cristo. Ivo, permita-me repetir diversas vezes o nome, chegara em Ceará-Mirim oriundo de Catolé do Rocha com uma grande missão, implantar o casa de recuperação a dependentes de drogas; e assim o fez. Ivo fundou a Casa de Assistência Espiritual a Dependentes de Drogas – CAEDD em Ceará-Mirim. Obra pela qual Ivo dedicou e sacrificou boa parte de sua vida e família, até mesmo uma cadela vira-lata sabida que levava e trazia recados de casa quando ter uma linha telefônica era coisa de granfinos. Como sempre visitava a CAEDD e conversava com Ivo por horas a fio, eu sabia das dificuldades que passava, a vida de semi mendicância que levou tinha um ideal, Ivo havia sido liberto do cárcere das drogas por Jesus e a única coisa que desejava na vida era ver outros jovens também livres das drogas. Um dos passatempos do desencarcerado era, dentro das diversas terapias que realizava na casa, pintar e exercitar as artes plásticas. Vi Ivo pintar de plantas proféticas, ao tabernáculo e à Santa Ceia; razão também porque dele lembrei. Por ironia da vida, sem apoio material, que já era escasso, e também espiritual, Ivo Maia abandonou o ideal e saiu perambulando por aí, por motivos diversos. Mas eu sabia onde encontrá-lo, sempre que queria vê-lo, ia para frente do Banco do Brasil no centro da cidade em Natal, Ivo estava lá, expondo suas novas pinturas, a nova razão que encontrou para viver, expor a vida pela arte, matéria em que já era perito. Eu fui embora, sem muito ter visto depois o irmão Ivo. Sei onde encontrá-lo ainda hoje no Beco das Cores, beco que ele assim denominou e morada fez.

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