quinta-feira, 7 de março de 2013

Pastor é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos

TAI NALON
DE BRASÍLIA

FOLHA DE SÃO PAULO

O deputado Marco Feliciano foi eleito na manhã desta quinta-feira (7) presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara com 11 votos dos 18 possíveis. Com quórum de 12 votantes, apenas 1 deputado votou em branco.

Foi eleita também à vice-presidência da Casa a deputada Antônia Lúcia (PSC -AC), também integrante da bancada evangélica.

"Eu poderia fazer um milhão de insinuações mas não vou fazer. O trabalho que faremos aqui na comissão vai mostrar isso", disse Feliciano ao ser empossado. A sessão ainda não foi encerrada na Câmara.

Pouco mais de uma hora depois de iniciada a sessão, seu antecessor, deputado Domingos Dutra (PT-MA), renunciou ao cargo e abandonou a reunião. Acompanharam o deputado representantes do PT e do PSOL.

Quem assumiu a comissão foi o deputado João Campos (PSDB-GO), líder da frente parlamentar evangélica, que pôs em votação, diante de uma bancada maioritariamente evangélica, a indicação do pastor Marco Feliciano (PSC-SP).

"Graças a Deus, chegamos a bom termo. Agradeço a oportunidade de participar de uma ocasião de importância democrática", disse Campos.

A indicação de Feliciano é atribuída a uma articulação do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), integrante da bancada evangélica, e a um acordo de bancadas da Casa --que decidiram dar ao partido dele a presidência da comissão.

De ontem para hoje, a bancada evangélica assegurou ao menos 12 vagas na comissão para eleger Feliciano. Além de PSDB, PMDB, PDT, PP e PSB indicaram representantes evangélicos para a reunião. Ele precisaria de ao menos 10 votos dos 18 possíveis.

Candidato único, Feliciano enfrenta a resistência de grupos de defesa de minorias -que o consideram "racista" e "homofóbico".

Em 2011, Feliciano declarou que os "africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé". Depois, disse que foi mal compreendido: "Minha família tem matriz africana, não sou racista".

O pastor diz que não é homofóbico, mas afirma ser contra o ato sexual entre pessoas do mesmo sexo.

A reunião da comissão foi realizada a portas fechadas. Somente assessores parlamentares e imprensa têm acesso à sessão. Os corredores das comissões da Câmara dos Deputados foram fechados por determinação do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

"Os que forem contra poderão se ausentar ou votar contra, mas não da maneira que foi hoje [ontem]. Esta Casa precisa primar pelo respeito", afirmou ontem Alves. "A indicação do PSC tem de ser respeitada. Não está em discussão o mérito. É a eleição de um presidente de comissão."

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