terça-feira, 10 de maio de 2016

Ex-funcionários afirmam que notícias conservadoras eram banidas no Facebook

Ao site Gizmodo, ex-empregados da empresa nos Estados Unidos levantaram suspeitas sobre a neutralidade da rede social na seção de notícias populares


PAULA SOPRANA

Que o algoritmo do Facebook direciona seus usuários a bolhas ideológicas no feed de notícias já é bem estudado. Agora, ex-funcionários, em depoimento ao site Gizmodo, levantaram suspeita sobre a neutralidade da seção de notícias populares – que se assemelha aos trending topics do Twitter e foi criada para elencar as histórias mais populares da rede social. De acordo com relatos de ex-empregados, os responsáveis por esse módulo eram acostumados a suprimir notícias de interesse aos leitores conservadores nos Estados Unidos. 


Seção lista conteúdos mais populares na rede social (Foto: Divulgação)

Um jornalista que trabalhou no projeto e não quis ser identificado revelou que histórias ligadas à direita política, envolvendo Mitt Romney, Rand Paul e outros tópicos da época, não iam para a seção de notícias populares, mesmo que estivessem organicamente entre as tendências de leituras dos usuários do site. Outro critério eram notícias relacionadas à empresa, que não deveriam aparecer na lista. "Dependendo de quem estava no turno, as coisas seriam incluídas na lista negra ou consideradas tendências," disse um dos antigos curadores ao veículo.

Esse módulo do Facebook foi inaugurado em 2014, e o intuito era revelar "tópicos e hashtags que tiveram picos de popularidade recentes no Facebook". 

"Não eram tendências, eram opiniões", declarou um dos ex-funcionários. A rede social conta com mais de 1,65 bilhões de usuários e se autodeclara além do espectro político. Depois de todo o questionamento da neutralidade da ferramenta, a companhia informou ao site The Verge que não permite a supressão de perspectivas políticas e que "nunca baniu notícias de aparecerem nos Trending Topics".

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