sábado, 12 de setembro de 2009

Lutero em Berkhof


Os parágrafos abaixo são excertos da Teologia Sistemática de Berkhof acerca da teologia de Calvino, servem à pesquisa, não representam integralmente a posição desta coluna nem do site.



Lutero fala repetidamente de Deus como o Deus Absconditus (Deus oculto), em distinção dele como o Deus Revelatus (Deus revelado). Em algumas passagens ele até fala do Deus Revelado como ainda um Deus Oculto, em vista do fato de que, mesmo através da Sua revelação especial, não podemos conhecê-lo plenamente.


Lutero emprega algumas expressões muito fortes a respeito da nossa incapacidade de conhecer alguma coisa do Ser de Deus ou da Sua essência. Por outro lado, ele distingue o Deus absconditus (Deus oculto) e o Deus revelatus (Deus revelado); mas, por outro lado, ele também afirma que, conhecendo o Deus revelatus, somente O conhecemos em Seu ocultamento.


Lutero aceitava a doutrina da predestinação, se bem que a convicção de que Deus queria que todos os homens fossem salvos o levou a enfraquecer um tanto a doutrina da predestinação nos últimos tempos da sua existência.


Lutero expressou-se em favor do traducionismo, e este tornou a opinião dominante na Igreja Luterana.


Aquele, [referindo-se a Lutero], não buscava a imagem de Deus em nenhum dos dons naturais do homem, tais como as suas faculdades racionais e morais, mas, sim, exclusivamente na justiça original e, portanto, considerava a imagem como inteiramente perdida devido ao pecado.


Pessoalmente, Lutero às vezes falava como se tivesse uma ampla concepção da imagem, mas, na realidade, seu conceito a respeito era restrito.


Lutero não se livrou inteiramente do fermento católico romano. Apesar de ter retornado à antítese agostiniana de pecado e graça, traçou aguda distinção entre a esfera terrenal inferior e a esfera espiritual superior, e sustentava que o homem decaído é por natureza capaz de fazer muita coisa boa e louvável na esfera inferior ou terrena, embora seja inteiramente incapaz de fazer qualquer bem espiritual.


Lutero não escapou inteiramente da confusão da regeneração com a justificação. Além disso, ele falava da regeneração ou do novo nascimento num sentido muito amplo.


Lutero e seus seguidores não conseguiram purificar a igreja do fermento de Roma sobre este ponto [da regeneração batismal]. De modo geral, os luteranos defendem, em oposição a Roma, o caráter monergista da regeneração.


Ele,[Lutero], considerava a igreja como a comunhão espiritual daqueles que crêem em Cristo, e restabeleceu a idéia escriturística do sacerdócio de todos os crentes.


Para Lutero, a água do batismo não é água comum, mas uma água que, mediante a Palavra com seu poder divino inerente, veio a ser uma água da vida, cheia de graça, um lavamento de regeneração.


Lutero insistia na interpretação literal das palavras da instituição e na presença corporal de Cristo na Ceia do Senhor. Contudo, substituiu a doutrina da transubstanciação pela da consubstanciação, defendida exaustivamente por Occam em sua obra sobre o Sacramento do Altar (De Sacramento Altaris), e segundo a qual Cristo está "em, com e sob" os elementos.


Lutero e os luteranos também dão ênfase à palavra "é", embora admitam que Jesus estava falando figuradamente. Segundo eles, a figura não era uma metáfora, mas uma sinédoque.


Lutero rejeitou a doutrina da transubstanciação e a substitui pela doutrina correlata da consubstanciação. Segundo ele, o pão e o vinho continuam sendo o que são,mas, não obstante, há na Ceia do Senhor uma misteriosa e miraculosa presença real da pessoa completa de Cristo, corpo e sangue, nos elementos, sob eles e junto deles.




Lutero, sobre: conhecimento de Deus, 31, 45; predestinação, 111; origem da alma, 196; imagem de Deus no homem, 202, 207; pecado e graça, 434; vocação divina, 460, 461; regeneração, 468, 479; igreja, 564; batismo, 632; batismo de crianças como meio de graça, 647; Ceia do Senhor, 652, 655, 658..


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