sábado, 10 de julho de 2010

Pires à Luz

Aquele café tão doce quanto negro, como particularmente me anestesia, já tinha chegado ao fim daquele e preparava-me para partida. Enquanto elevava xícara para afastar-me do doce prazer, percebi que o pires contrário a luz restava-lhe maior sombra. Um corpo quanto mais próximo da luz mais sua trevas se evidenciam. Meditei tão somente, a epígrafe de James Houston pode estar errada quando diz: "Deus está mais próximo de nós quando temos maior consciência Dele." Para minha felicidade descubro, assim como o pires contrário a luz, que quanto mais tenho consciência de Deus, sinto-me mais distante Dele. Quanto mais aproximo-me da Luz, noto abaixo minhas trevas. Sinto-me mais pecador. Se mais próximo de Deus, vejo-o Santo e eu iníquo. Se mais próximo de Deus, vejo-o mais justo e eu réu. Vejo-O mais sublime e eu áspero. Vejo-O perdoador e eu rancoroso. Vejo-O compassivo e eu incompassivelmente... trevas, mais pecador. Desejo estar sempre perto de Deus para ver e evitar meus negros abismos.

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