quinta-feira, 14 de abril de 2011

Ninguém é Insubstituível


“Ninguém é insubstituível” é uma frase que incomoda, mas é realidade. Há trânsito na vida, mudamos, passamos, somos promovidos. Mas a realidade é ainda mais dura porque não somente somos substituídos como substituímos, evidência fática. É assim o mundo, assim a natureza, assim as organizações humanas. Em dez anos uma igreja é outra igreja, um quartel é um outro quartel, uma floresta é uma outra floresta, a vida é outra vida. Deus é o mesmo. Mas como conviver com esta “realidade”? Sem desespero, há outra realidade. Quem pode substituir um filho, um pai, uma mãe? Quem substituiu Mozart, Bethoven, Bach, Tom Jobim, Garrincha, Pelé, Jesus Cristo? Ou seja, as pessoas ou nós não somos tão substituíveis assim. Bom, ambas realidades são verdadeiras. Dá nó na garganta viver com essa dialética. Se serve-nos de conforto, as funções que as pessoas executam são substituíveis os indivíduos não, cada um tem algo para doar a partir de sua subjetividade uma parcela de contribuição única. Deus nos fez indivíduos, Deus nos fez indivíduos! Mamãe dizia-me que nossas boas obras são como as estrelas nos céus, o importante é que cada um tenha a sua lá. Umas brilham mais, outras menos brilham, mas nem por isso são melhores. Algumas estrelas podem parecer maior por brilharem mais, mas serem bem menores que outras a anos-luz distantes, entretanto gigantes. Mas, para sermos gigantes, é preciso fazer com que outras estrelas também resplandeçam mais, perto ou longe estejamos. Formemos constelações ainda que com diferentes brilhos, distâncias e idades. Porque a única pessoa substituível é aquela que imagina ser a única estrela do Universo.

Um comentário:

Rúbida Rosa disse...

Havia tempo que eu não lia algo tão simplesmente bonito.
Escreva mais vezes!

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